No Parque Ambiental, um grande lugar com um largo sorriso! Adnan Demachki, prefeito de Paragominas. Por Antônio Silva |
No último dia 23 de janeiro, vivemos um momento ímpar na história de Paragominas: comemoramos muitas conquistas. No dia anterior, recebíamos o governador do Estado, Simão Jatene, no auditório dos produtores rurais, casa que muito já presenciou vitórias e batalhas perdidas. Mas, nas duas últimas vezes de Jatene aqui, comemoramos. Ano passado, o nosso projeto ambiental virou programa de estado e, este ano, o que era utopia – ganhar pela floresta em pé – virou realidade. Desta vez, vimos um Jatene mais emotivo, bradando orgulho e dando a boa nova de que tanto o prefeito Adnan Demachki defendia: os produtores vão ganhar dinheiro por manter suas florestas intactas. E para quem ainda continua achando que é bobagem, já temos um fato real de dois tradicionais produtores que vão “trocar” digamos assim, passivo pelo ativo florestal. Como assim? O produtor A tem reserva sobrando. O produtor B tem reserva faltando. O que eles fazem? Trocam! O produtor A “vende” a parte que lhe sobra e o produtor B ao comprar, resolve o seu problema de passivo florestal. Ganham todos. Isso é mais mercado que essa história de REDD que, vamos combinar, ainda está no mundo das idéias, como na obra de Platão. Mas, o meu assunto não era esse. Meu relato é de um cara que admiro muito, mesmo que muitas vezes não consiga entender seus desígnios. Esse cara se chama Adnan Demachki. Vi um Adnan que me surpreendeu: humano. Não, não é puxasaquismo. Sempre vejo o prefeito como um homem forte, decidido, racional aos extremos e que pouca gente entende. Braço forte pra governar e por isso Paragominas está assim: funcionando com maestria. Aqui não temos caixa 2, nem 3, nem 4. Somos cobrados. Ele é cobrado. E o pior, é perfeccionista ao extremo. Tudo que ele toca, tem de ser o melhor. E ganhamos todos com isso. Mas, nos dias 22 e 23 vi um outro Adnan. Vi um homem orgulhoso porque conseguiu ver o dever cumprido. O desafio de entregar o Estádio no dia e horário marcado. O desafio de mostrar que sim, Paragominas vai ganhar por manter seus 67% de florestas em pé. O desafio de não ver nenhuma criança na rua. O desafio de dar a melhor merenda do país. Tantos desafios... já pararam pra pensar em tantos desafios que ele enfrentou bravamente? Você, que está lendo, acha que é pouco?? Quantas vezes não conseguimos administrar a nossa própria casa? Quantas vezes estouramos o orçamento porque aconteceu um imprevisto? Agora, imagine isso em uma cidade de 110 mil habitantes? Imaginou? É, não dá. E ele consegue. Tem uma equipe maravilhosa, porque ninguém faz nada sozinho. Os secretários são incansáveis porque precisam acompanhar o guerreiro incansável que é o Adnan. E todos, todos os secretários estão à altura do homem público que é o prefeito. Todos! Eu vi um Adnan orgulhoso. Eu vi um prefeito olhando a sua obra e, de alma lavada, suspirando aliviado: deu tudo certo! E foi ovacionado. Merecido. Claro, ele não agrada todo mundo porque isso é impossível. Mas, senti-me orgulhosa porque trabalho pra ele e com ele. E senti-me mais orgulhosa porque ele é humano, de carne e osso.
Daí, volto ao título desse artigo. “Discurso dentro da igreja? Não, amigos, um desabafo de um guerreiro!”. No dia do aniversário de Paragominas, o prefeito e todo o seu staff municipal estiveram na Igreja Sagrado Coração de Jesus para uma missa em ação de graças pelos 47 anos da cidade. E, no púlpito, ao final da celebração, o prefeito foi sozinho relatar toda a sua angústia, os desafios que enfrentou para defender uma idéia, um sonho. Muitas decisões foram difíceis e ele não podia mostrar fraqueza para a população. Palavras dele. E aguentou. E se reuniu porque sabia (e sabe) que só se faz alguma mudança com a união, a transformação seria mais real. E abraçou um projeto ambiental. E disseminou essa idéia. E muitos abraçaram. Mas, veio a destruição. Paragominas outra vez nas páginas policiais por causa de meia dúzia de gatos pingados que decidiram atear fogo no prédio do Ibama e roubar carga apreendida. Foi um Deus nos acuda. O prefeito voou pra Brasília. Foi maltratado, mas foi ouvido. E, vocês viram desespero nos olhos dele? Eu não vi em nenhum momento. E olha que eu estava do outro lado, do lado da imprensa sensacionalista, ao lado de uma pirotecnia desnecessária. Paragominas não era aquilo. E o prefeito-humano falou de seus medos, de seus desafios, de suas inseguranças e de suas batalhas. E, dentro da casa de Deus, pediu perdão pela dureza naquele momento. E pediu ajuda. E se mostrou, meio sem jeito porque ele é tímido (pasmem), mas se mostrou. Falou, pela primeira vez sobre tudo que aconteceu durante aqueles tenebrosos meses de 2008. E hoje, quase 4 anos depois, pode respirar aliviado. E termina seu governo aclamado como melhor prefeito que Paragominas já teve. E nas ruas, a pergunta: “quem o irá substituir?”. Ainda uma incógnita. E o receio da população, querendo saber se o próximo prefeito vai corresponder à altura. Mas, o que eles não sabem, é que o Adnan, o Demachki, ensinou uma coisa muito maior: cidadania. Deu o melhor que pôde e hoje, essa mesma população que sente receio do seu sucessor tem um grande poder nas mãos: o de decisão. O de reclamar se o serviço não for satisfatório. A população tem voz e conhece o poder que tem. Essa, pra mim, foi “A” grande lição. O próximo prefeito vai enfrentar uma grande responsabilidade sim, porque vai ter de ser bom. Vai ter de mostrar lisura, competência, transparência, trabalho. Vai ter de ser PREFEITO. Paragominas é diferente. Ponto parágrafo!
Por Taís Fiorese