Secretaria Municipal de Saúde de Paragominas traça ações para o combate à dengue

Prefeitura de Paragominas, por meio da SEMS, promove reunião para discutir ações de combate ao mosquito da dengue

Mosquito Aedes aegypti na hora do "ataque"

Que a dengue mata, todo mundo sabe. Mas, será que todo mundo sabe que já existem 4 tipos da doença? Para esclarecer isso e discutir ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti em Paragominas, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Saúde, realizou ontem, 24 de janeiro, uma reunião com todas as secretarias municipais com o objetivo de traçar metas para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença.

A reunião contou com a presença do prefeito Adnan Demachki, mas foi conduzida pelo secretário municipal de Saúde, dr. Lucídio Lobato e equipe do Departamento de Endemias do órgão. Segundo Lucídio, é importante contar com o apoio das demais secretarias no combate à dengue. Na ocasião, ele explicou as formas de transmissão da doença e como se deve preveni-la.

“Vamos falar de prevenção antes de tudo. Como os colegas podem, em suas secretarias e junto aos seus funcionários, evitarem contrair a doença e fazer medidas preventivas. A iniciativa de realizar essa reunião acaba sendo uma medida multiplicadora das boas ações, pois secretários e funcionários replicam o que aprenderam a outras pessoas”, afirma o secretário Municipal de Saúde. Ele ainda completa que essa é a primeira conversa. “Além das secretarias, vamos debater o tema com toda a sociedade, visitando instituições, organizações, sindicatos, empresas, comércios, escolas, igrejas, enfim, toda a sociedade será envolvida nas ações de combate à dengue aqui na cidade”, completa.

Mesmo o Ministério da Saúde não considerar Paragominas uma área de risco de epidemia de dengue, a Prefeitura já definiu algumas ações de prevenção da doença. A borrifação do famoso “fumacê” é uma delas. O prefeito já autorizou a compra do líquido, que será borrifado nos bairros com o maior número de focos confirmados.

Demachki também apresentou outras medidas que serão desenvolvidas junto às secretarias para o combate à dengue. Taxativo, o prefeito afirmou que os donos de terrenos baldios ou lotes vazios sem manutenção serão notificados e terão até o dia 20 de fevereiro para limpar o local. Caso a orientação não seja cumprida, a Secretaria Municipal de Administração e Finanças aplicará “pesadas multas” aos donos dos terrenos.

“O Código de Postura do Município nos autoriza a tomar essa atitude, pois o terreno sem manutenção representa um perigo à saúde pública”, afirma Adnan. Ainda de acordo com o gestor, a legislação também permite a desapropriação de espaços cujo interesse é público ou significa risco à saúde da população. “Não vamos recuar. A dengue mata e, embora os casos no município não representem perigo, vamos combatê-la com todas as nossas armas”, diz.

Outro ponto da reunião foi o esclarecimento sobre o tipo 4 de dengue. De acordo com as autoridades de saúde, o vírus tipo 4 não é mais perigoso que os sorotipos 1, 2 e 3. Segundo Lucídio Lobato, todos apresentam os mesmos sintomas – dores na cabeça, no corpo e nas articulações, além de febre, diarréia e vômito. O tratamento também é idêntico, mas é preciso ter cuidado porque é uma nova fepa viral, por isso se torna mais preocupante.

No Pará, já foi registrado um caso de dengue tipo 4, no município de Santarém Novo. O caso foi confirmado por meio de exames feito pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém, unidade de referência no país na área.

Segundo Raimundo Martins, que é coordenador do Departamento Municipal de Endemias, o primeiro levantamento feito este ano no município, atestou, até a segunda semana de janeiro, a média de 1,6 casos da doença. Ou seja, menos de duas pessoas no universo de uma população de cerca de 100 mil habitantes, contraíram a doença na primeira quinzena de janeiro. Mas, ainda de acordo com Martins, o combate ao mosquito é difícil porque falta a conscientização da população na armazenagem de água e na limpeza de quintais, por exemplo.

“Hoje, nós temos 40 agentes de saúde epidemiológica para cobrir toda a cidade. Todos os dias, eles estão nas ruas para fiscalizar as residências e destruir focos, quando encontrados, além de promover esclarecimentos à população na forma como se pega a dengue e como podemos preveni-la”, esclarece Raimundo. Em Paragominas, segundo Raimundo Martins, uma das maiores dificuldades de combater o Aedes aegypti é que ele mudou de hábitos e agora se prolifera em fossas sépticas. Como o Ministério da Saúde ainda não considera essa mutação do mosquito, é difícil destruir as larvas, pois não há inseticidas ou larvicidas disponíveis no mercado para tal. “Acabamos fazendo um trabalho manual para poder destruir os focos em fossas sépticas”, lamenta. “Só na segunda semana de janeiro, fizemos o tratamento em 62 fossas! Quer dizer, é um número grande”, completa.

As ações preventivas que Paragominas desenvolve ao longo do ano, não só em períodos chuvosos, fazem com que a cidade registre poucos números de doentes. Em 2010, não houve nenhum caso registrado de morte pela doença.

Coeficiente de incidência/ Paragominas
	2009			2010		2011
Notificados	83			89		34
Confirmados	28			38		---
Coeficiente de incidência por nº de casos confirmados	28,76%			39,03%		---