O último final de semana foi marcado por grandes acontecimentos em Paragominas, que atraíram o olhar de todo o estado e da imprensa regional.

As comemorações pelo 47º Aniversário de Paragominas começaram no dia 16 de janeiro, mas foi no final de semana que os eventos movimentaram a cidade. No dia 22, domingo, véspera do aniversário, o governador Simão Jatene desembarcou no aeroporto municipal. Com direito à banda da Polícia Militar e presenças ilustres de autoridades municipais e estaduais, Jatene seguiu para o auditório do Sindicato Rural, onde uma multidão o esperava. O espaço ficou pequeno para tanta gente e para tantas boas notícias.

Com a presença do presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Carlos Lamarão, foram entregues 65 títulos de terras para produtores da região, desde os pequenos aos médios e grandes. Cerca de 30 pequenos produtores realizaram o sonho de terem regularizadas suas terras, como foi o caso do seu Ananias Queirós de Souza, da Comunidade Nazaré. “Eu esperava isso há 40 anos”, desabafa o produtor. Outras duas comunidades foram contempladas: Nova Vida e Santa Rosa.

Também foi anunciado durante o evento, a construção de um frigorífico de pequenos animais, o “Frigorífico ForteFrigo LTDA”, de propriedade da família Zancaner, por meio de uma parceria entre Prefeitura de Paragominas, Governo do Estado e Banco da Amazônia. O frigorífico vai ser o primeiro de toda a região norte, abatendo caprinos, suínos e bovinos. É o começo da verticalização da produção de Paragominas, que vai gerar centenas de empregos, além de agregar valor ao produto. “Nossa soja não vai mais sair daqui in natura, mas será transformada em proteína animal”, afirma Adnan Demachki, prefeito de Paragominas.

No pacote de “boas notícias” que o governador abriu em Paragominas, outra ação para beneficiar pequenos produtores: a criação e execução de um grupo de ações para incentivar o reflorestamento entre a classe. Sagri, Ideflor e Prefeitura vão dar apoio técnico e financeiro para que o fomento de mais de 10 mil hectares de área seja usado com reflorestamento através da agricultura familiar. Para o secretário estadual de agricultura, Hildegardo Nunes, esse não é apenas mais um investimento, mas uma verdadeira quebra de paradigmas. “O reflorestamento passa a ser desmitificado. Vamos fomentar a agricultura familiar para que eles possam fazer uma poupança verde e também ganhar com o reflorestamento”, afirmou o secretário.

Com a presença do reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFT/PA), Edson Ari Fontes, foi assinado o Termo de Doação do terreno, no Olga Moreira, para a construção do campi do IFT/PA, com mais de 10 mil m², com início imediato das obras. A expectativa é que fique pronto até 2013. Segundo o reitor Edson Fontes, “quando as várias categorias de governo se juntam, a educação ganha”.

O dia 22 de janeiro também marcou o início do funcionamento do Navegapará, o maior programa de inclusão digital do país. Em princípio, cinco praças foram contempladas com pontos livre de acesso à internet através do sistema wi fi, ou seja, internet sem fio. É o que eles chamam dentro do Programa de Hotspot, funcionando nas praças Célio Miranda, do ginásio, Uraim, Parque ambiental. Théo Flexa Pires, presidente da Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará (Prodepa), explicou como vai funcionar o programa em Paragominas e afirmou que até 45 pontos de comunicação estarão presentes na cidade, além da previsão de construção de 2 infocentros, para atender a comunidade mais carente, que não tem acesso à computador, tampouco à internet.

Foi assinado também, o termo de transferência da Gestão Florestal Plena para a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de Paragominas. O que antes só podia ser feito pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, como a Licença Ambiental Rural (LAR), poderá ser emitido na cidade, pela SEMMA municipal. É a primeira experiência em todo o estado de gestão plena florestal. O termo foi assinado também pelas ONG’s The Nature Conservancy (TNC) e Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon). Só que o não poderá ser emitido em Paragominas é a licença para supressão vegetal, ou seja, desmatamento.

O governador também assinou o decreto que cria o “Condomínio de Reserva Legal”. Ou seja, o produtor passa a ganhar por manter sua floresta em pé. “O mecanismo REDD (Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação) ainda é muito abstrato, não podemos perder mais tempo para criar essa compensação, essa alternativa para os produtores. Paragominas ainda tem quase 70% de seu território preservado, ou seja, tem uma margem de quase 20% de reserva ‘sobrando’, enquanto o município vizinho, Ulianópolis é o inverso, tem quase 70% de seu território aberto. Então, produtores de Ulianópolis, compensariam seus passivos por meio das áreas preservadas de Paragominas. É uma troca justa para os dois lados e uma solução para o Estado”, explica o Demachki.

E em Paragominas isso já é real. Dois produtores já negociam essa “troca”. Um produtor que tenha suas áreas florestais regularizadas poderá, por exemplo, alugá-las. O produtor local Aderval Dalmaso firmou um contrato de condomínio florestal com outro produtor, Flávio Carminati, e receberá um valor anual pelo aluguel de suas florestas.

“Com o Municípios Verdes, o Pará deu início a um processo de regularização das propriedades rurais, que tem início com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e termina com o Licenciamento Ambiental Rural (LAR). Com a criação da reserva legal em condomínio, os produtores têm uma nova forma de conseguir essa regularização, com a união de suas terras. O decreto vai fixar as regras para fazer parte desse modelo”, explica o Secretário Extraordinário do Programa Municípios Verdes, Justiniano Neto.

Estádio “Arena do Município Verde”

À tarde, a multidão já esperava, desde às 14h, para a bertura dos portões do novo estádio de Paragominas. Tudo pronto: portões abertos e aquela correria para pegar o melhor lugar. A imprensa esportiva compareceu em peso! Metros e mais metros de fios para a transmissão ao vivo pela internet, TV e rádio. E nenhum lance ficou de fora.

O governador, prefeito, presidente da mineradora Hydro entre outras autoridades foram testar o gramado e dá o ponta-pé inicial para a grande festa. A bola, toda prosa, chegou nos braços de um dos três paraquedistas que caíram na Arena, para o delírio dos expectadores. Tudo foi feito no maior capricho para marcar a inauguração do segundo melhor estádio do Pará, perdendo apenas para o Mangueirão, em Belém.

Mais de 12 mil pessoas lotaram a arquibancada e não arredaram o pé, mesmo debaixo de um toró que caiu durante a partida. Mesmo com a Seleção de Paragominas ter dominado o jogo, o Paysandu conseguiu fazer um gol que, para muitos, estava impedido. Mas, ganhou de 1 a 0 e o marcador do gol, Zé Augusto, sem ter muito o que falar, acabou falando bobagem e deu um apelido, no mínimo, impróprio para um estádio que já nasceu grande.