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Sejam bem-vindos ao blog oficial da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Paragominas. Eu, Taís Fiorese, prometo postar notícias relacionadas à nossa cidade, com a credibilidade e a seriedade, marca do nosso trabalho. Alguns posts serão de notícias, outros de artigos assinados por mim. Espero que curtam e me ajudem com as notícias.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Município modelo para o Brasil e o mundo


Case de Sucesso

Paragominas
Município modelo para o Brasil e o mundo
Fonte: Revista Pará Rural, Agosto/Setembro de 2011


O município de Paragominas nasceu com a construção da Belém-Brasília na década de 1960, de um sonho de um mineiro chamado Célio Miranda. Naquela época, o governo federal incentivava pecuaristas de várias regiões do país, principalmente do sudeste, a colonizar a Amazônia e, para isso, dava incentivos fiscais e financeiros para que esses produtos desmatassem a floresta. O governo não reconhecia a posse de florestas, ou seja, o proprietário da terra tinha de derrubar as florestas para ter reconhecimento da posse. Mas, os tempos mudaram. Em 2008, o município sofreu com a Operação Arco de Fogo, que fechou centenas de madeireiras e colocou-o na lista negra do ambientalismo. Mas, o povo não se entregou e em 2011 recebeu o título inédito de 1º Município Verde do Mundo. O prefeito de Paragominas, Adnan Demachki, fala sobre esse e outros assuntos com exclusividade para a Revista Pará Rural.

Pará Rural – Como o município superou a lista negra do desmatamento?

Adnan Demachki – Paragominas nasceu com a construção da Belém-Brasília e de um sonho de um mineiro chamado Célio Miranda que fundou a cidade na década de 60. Naquela época, o governo federal incentivava pecuaristas do sudeste, principalmente, a colonizar a Amazônia e para isso, dava incentivos fiscais e financeiros para que esses produtores desmatassem a floresta. O governo não reconhecia a posse de florestas, ou seja, o proprietário da terra tinha de derrubar as florestas para ter reconhecimento da posse da terra. Sofremos por causa desse histórico. Paragominas nasceu com a “pata do boi”, ou seja, com a pecuária e, depois, com o extrativismo, com a extração desordenada de madeira. Chegamos a ter 400 serrarias! Entramos na Lista Negra em 2008, mas não foi a partir dela ou por causa dela que passamos a buscar e desenvolver ações de combate ao desmatamento. Já estávamos traçando essas ações e a lista só fez nos impulsionar. Tivemos total apoio dos produtores rurais, por meio do Sindicato dos Produtores Rurais, ONGs TNC e Imazon, além de mais de 50 entidades de classe que pactuaram conosco pelo “Desmatamento Zero”. Paragominas só conseguiu o sucesso com o projeto Município Verde porque as pessoas acreditaram nele e agiram. Não esperamos a solução cair do céu. Unimo-nos e trabalhamos para que desse certo. Então, superamos esse passado por causa da união.

Pará Rural - Comente de que forma Paragominas deu a volta por cima e passou a se destacar como um exemplo de preservação ambiental para o mundo?

Adnan Demachki – Demos a volta por cima porque não esperamos a ajuda “cair do céu”. Buscamos aprender com os nossos erros. Para isso, fizemos o pacto pelo “Desmatamento Zero”, depois lançamos o Projeto “Paragominas Município Verde”, ambos em 2008. A parceria das ONGs também agregou valor às nossas ações, pois era mais uma prova da nossa vontade e seriedade. Investimos em Educação Ambiental em todas as escolas da Rede Municipal de Ensino, ou seja, mais de 30 mil alunos aprendem sobre meio ambiente há três anos e, essa iniciativa foi replicada na rede privada também. Lançamos o Pacto pelo “Produto Legal e Sustentável”, onde toda a produção de Paragominas tem de ser ambientalmente sustentável e socialmente justa. Encontramos uma população comprometida e uma classe produtiva visionária e atenta para o futuro sustentável da Amazônia e também para uma necessidade mercadológica. Hoje, as ações desenvolvidas em Paragominas aliam produção com sustentabilidade.

Pará Rural – De que forma se deu a parceria entre os produtores rurais, Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas (SPRP) e o município?

Adnan Demachki – O Sindicato dos Produtores Rurais é um dos nossos grandes parceiros desde o início, na figura de seu Presidente, o pecuarista Mauro Lúcio Costa que se empenhou, ele e sua diretoria, junto aos demais produtores da região em todas as ações do Projeto “Paragominas Município Verde”. Para sairmos da lista, precisávamos ter menos de 40 km² de desmatamento e 80% das propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Grande parte da classe produtiva tinha medo de fazer o CAR por pensar que, com isso, os órgãos de fiscalização teriam livre acesso às informações da propriedade e, em posse disso, aplicar punições, como multas e embargos. Então, tivemos um ano muito trabalhoso, em 2009. O SPRP atuou junto aos produtores rurais, incentivando a fazer o CAR e nós, da Prefeitura, também junto, com todo um processo de convencimento. Conseguimos fechar o ano de 2009 com 38 km² de desmatamento e mais de 80% das propriedades rurais com o CAR. Vale lembrar a ONG The Nature Conservancy (TNC) foi a responsável por esses cadastramentos e em todo o processo dele.

Pará Rural – Como nasceu o Projeto Pecuária Verde? Ele existe há quanto tempo e quais as parcerias para a realização deste projeto?

Adnan Demachki – O Projeto “Pecuária Verde” foi lançado no mesmo dia que o Programa Municípios Verdes, do governo do Estado, em 23 de março de 2011. Aliás, data esta que marcou o primeiro aniversário da saída da Lista do Desmatamento. Com as ações do “Paragominas Município Verde”, onde a TNC, além de fazer o CAR, também traçou todo o perfil produtivo de todas as propriedades rurais, levantou também todo o nosso passivo ambiental, viu-se a grande necessidade da continuidade do trabalho. Com esses dados em mãos, era hora de recuperar esses passivos e construir um modelo de produção sustentável e economicamente viável. Então, o projeto “Pecuária Verde”, com a parceria do Fundo Vale, contratou duas grandes Universidades, além das ONGs TNC e Imazon, para construir esse modelo. A Universidade de São Paulo, através da Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz e, Universidade Paulista, a Unesp, são consultoras do projeto, atuando em recuperação de passivos, aumento da produtividade e bem-estar na fazenda, que cuida do bem estar animal e ações sociais com os funcionários. Então, foi mais um plus que agrega valor ao projeto maior, que é o “Paragominas Município Verde”, e que mostra que estamos no caminho certo.

Pará Rural – Qual o objetivo do Projeto Pecuária Verde? E quais as mudanças perceptíveis no município após a utilização do mesmo? Passou a influenciar na economia do Estado?

Adnan Demachki – O objetivo do Projeto é criar um modelo de pecuária sustentável para ser replicado em toda a Amazônia e Brasil. A partir dele, os professores das universidades vão poder experimentar as ações e traçar os caminhos, ou seja, dizer o que dá certo e o que não pode ser aplicado. É o “fazer”. Serão testadas as melhores tecnologias e de menor custo para a recuperação de pastagens, de passivos, por exemplo.

Pará Rural – Depois de todas essas mudanças quais as influências na educação, na geração de emprego e renda e projetos sociais do município?

Adnan Demachki – Na educação, toda a influência, pois foi a partir do Projeto Paragominas Município Verde que inserimos a Educação Ambiental nas escolas. Somos pioneiros nesse tipo de iniciativa. E ela é tão exitosa que é uma das condições do Programa Estadual, ou seja, o município que adere ao Programa Estadual Municípios Verdes, precisa incluir a educação ambiental nos currículos escolares. Isso por si já é uma grande vitória, um grande avanço. Estamos formando adultos ambientalmente e socialmente responsáveis. Hoje, o IBGE já aponta aumento no índice de empregos nos “Municípios Verdes”, os chamados “empregos verdes” e isso começou aqui. Ter um “emprego verde” quer dizer que o funcionário está empregado numa empresa que leva à sério a produção com sustentabilidade. Sobre os projetos sociais, temos o Projovem Verde, onde os alunos atendidos pelo programa também aprendem sobre sustentabilidade.

Pará Rural - Qual o resultado da Campanha para que os pecuaristas façam o Cadastro Ambiental Rural (CAR)?

Adnan Demachki – O resultado é que hoje, 94% de todos os imóveis rurais do município estão cadastrados.

Pará Rural - Quais os dados atuais da quantidade de área com florestas e área destinada a agropecuária?

Adnan Demachki – Hoje, temos mais de 67% do nosso território em floresta o 1 milhão e 300 mil hectares e 700 mil hectares para a produção, seja pecuária, agricultura ou silvicultura (reflorestamento).

Pará Rural – Como a população avalia todas essas mudanças?

Adnan Demachki – Positivamente. No começo do projeto, ainda sentíamos um certo temor, mas agora não. A população tem orgulho de estar e viver no primeiro Município Verde da Amazônia.

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